quarta-feira, 25 de maio de 2011

Vergonha Nacional !!

O patriarca, Joaquim Roriz, do PSC, renunciou à candidatura ao governo em 2010 para não ser impugnado pela ficha suja nos tribunais. A matriarca, Weslian Roriz, concorreu no lugar dele, apesar de a chapa manter nome e foto do marido, e perdeu para o petista Agnelo Queiroz. Mas só no segundo turno.
Uma filha, Jaqueline Roriz, foi eleita deputada federal pelo PMN e está estrelando um filme indecente em que aparece com o marido, Manoel Neto, recebendo boladas de dinheiro de um secretário do governo do DF na eleição anterior --o agora famoso Durval Barbosa, que gravou aliados e adversários em situações, digamos, ilegais. Primeiro, derrubou José Roberto Arruda (DEM) e vários secretários seus amigos de governo. Agora, desvia a munição contra os Roriz.
Outra filha, Liliane Roriz, foi eleita deputada distrital pelo PRTB e está legitimada pelo voto, devidamente empossada e se preparando para grandes saltos na política local da capital da República, quiçá para a política nacional. A roda gira. A vez é dela.
Enquanto isso, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, avisa que vai pedir abertura de inquérito contra Jaqueline, a deputada federal do dinheiro de Durval, e o país se pergunta onde está a Corregedoria Geral da Câmara, que não sabe, não viu e não faz nada, esticando o Carnaval.
O PSOL vai entrar com pedido de cassação do mandato dela, mas você aí não fique muito animado. Por quê? Porque Jaqueline foi filmada pegando grana à época em que era candidata a deputada distrital. Portanto, antes de se candidatar a federal e antes de se tornar membro do Congresso. O crime, se houve, não tem nada a ver com o mandato. Ah, bom. Então, se o sujeito mata, esfola, rouba, estupra antes do mandato, aí pode...
Só para lembrar, a proba Jaqueline integra a Comissão Especial da Câmara que analisa a reforma política na Câmara, instalada, entre outras coisas, para moralizar o processo político. É colega, nessa comissão, de Paulo Maluf e Valdemar Costa Neto, entre outros.
Aliás, já que falamos aqui em reforma política, não me pergunte porque Joaquim Roriz é do PSC, Jaqueline é do PMN e Liliane, do PRTB. Senão, vou ser obrigada a responder que a família foi excluída dos partidos maiores (o patriarca foi do PMDB um bom tempo) e achou mais fácil sair comprando essas siglas menores, de leilão. Quem dá mais?
Eliane Cantanhêde Eliane Cantanhêde é colunista da Folha, desde 1997, e comenta.

domingo, 22 de maio de 2011

Notícia em 19/05/2011

Defesa de Jaqueline Roriz busca ganhar tempo

19 de maio de 2011 | 11h 15
AE - Agência Estado
A defesa da deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF) aposta no esfriamento do caso em que ela é investigada para salvar o mandato da parlamentar. A estratégia é atrasar ao máximo o julgamento no Conselho de Ética e no plenário para aumentar os apoios na Câmara.
Flagrada ao lado do marido, Manoel Neto, em vídeo de 2006, recebendo dinheiro do delator do mensalão do DEM, Durval Barbosa, Jaqueline usa como principal tese de defesa o argumento de que ainda não era deputada na época. A intenção é espalhar um temor de que sua condenação poderia abrir a possibilidade de que outros parlamentares sejam processados por casos anteriores ao mandato.
Tentando ganhar tempo, a defesa da deputada decidiu usar todo o prazo de que dispõe para entregar sua manifestação sobre o processo. Esse prazo deve expirar na próxima semana. Além disso, os advogados de Jaqueline vão pedir que mais testemunhas sejam ouvidas.